Com música inédita, Paul McCartney inicia nova turnê; veja o setlist

Diversidade e muita diversão: Disney Jr. estreia “Nivis, amigos de outro mundo”
Chega ao canal Disney Junior, neste sábado (20), a série Nivis, amigos de outro mundo. Propositalmente lançada na celebração dos 50 anos do dia em que o homem chegou à Lua, a produção tem como premissa divertir muito e reafirmar a diversidade que já existe no mundo.
Pela primeira vez, na América Latina, misturando live-action com animação 3D, a série conta a história da família Nivis, do planeta Nivilux, cujo destino se cruza com o de uma família humana – os amigos – quando chegam por acaso na Terra.
Em um bate-papo com jornalistas no Hotel Grand Hyatt, em São Paulo, o protagonista Vinicius Campos, que interpreta Felipe, e Tiago Abravanel, que dubla o personagem Baldo, contaram sobre a diversidade presente série, de forma natural, como acontece na vida real. E que, por isso, não é um objetivo de Nivis, amigos de outro mundo ensinar as crianças a serem diversas, pois elas já são.
“O principal ponto da série, para a gente, é a convivência entre pessoas e seres de outro mundo. A diversidade aparece ali um pouco na base do DNA da série, na criação dela. Criança já é diversa, criança já entende diversidade. Criança aprende preconceitos com nós, adultos, com comentários que elas escutam em casa. Então, na verdade, quem precisa de educação e diversidade é adulto, não criança. Então, a série não quer educar, quer divertir. A gente colocou vários elementos para que todo mundo se sinta bem-vindo, amado, e que as crianças se identifiquem. A diversidade está na criação da série porque o mundo é diverso e a gente acha que a televisão tem que mostrar essa diversidade que às vezes não é mostrada. Mas a gente não tem e nunca teve a ideia da educação”, afirma Vinicius Campos, que interpreta Felipe, pai de Isabella (Lourdes Errante).
Os atores comentaram, também, sobre todo o trabalho de um projeto ambicioso, já que a mistura de live-action e animação 3D nunca havia sido feita anteriormente na América Latina, e da dificuldade de trabalhar com personagens que, na verdade, não estavam lá:
“Era a primeira vez de toda a equipe, mas todos estavam com o coração colocado naquela história, então a gente percebe isso quando assiste à série: tem muito coração, tem muito trabalho. Era tanta animação que, na Argentina, não tinha computadores e nem pessoas para fazer tudo. Foi tudo mandado para estúdios na Índia e na Espanha para conseguirem fazer tudo o que precisava ser feito. Então, isso dimensiona que a gente estava fazendo um projeto gigante e que só ia funcionar e ser bacana se a gente se comprometesse de verdade”, afirma Campos.
Para a dublagem de Baldo, personagem repleto de emoções, Tiago Abravanel comentou sobre o desejo de acrescentar certa brasilidade em sua voz, com um sibilar sutil. Quanto à dificuldade da dublagem, o ator brinca que ele mesmo se colocou em uma fria:
“O Baldo chegou originalmente ainda no traço, ainda não estava totalmente finalizado. Então, eu fiz muito em cima do original, da voz mexicana, e tive que pensar de que forma eu poderia trazer uma brasilidade e uma identificação nossa. Então, eu trouxe um sibilar bem sutil na voz dele, com quase uma língua presa. Ele é muito intenso e emotivo, então tentei transpor isso na partitura vocal, com umas desafinadas, um vai e vem de graves e agudos. Mas, ao mesmo tempo, ele também é muito sensível: ele chora, se emociona, é preocupado com o filho. Então, tem várias coisas que, através da personalidade, eu tentei imprimir na voz. O trabalho de dublador tem essa dificuldade, mas também, ao mesmo tempo, esse fascínio.
Eu pensei: ‘e se ele tivesse um pouco de língua presa?’. E aí me ferrei, né? Tinha que fazer tudo com a língua presa, cantar com a língua presa. Então, foi uma dificuldade que eu mesmo me coloquei mas que depois, sutilmente, com a direção incrível, a gente conseguiu imprimir isso de uma maneira leve, que não perdesse o entendimento do que ele estivesse dizendo e, ao mesmo tempo ficasse fofo, divertido e engraçado!”, afirmou Abravanel.
Dentro da diversidade proposta por Nivis, amigos de outro mundo, como um reflexo do mundo diverso como ele é, Vinicius e Tiago também afirmaram se identificar com os personagens que interpretaram. O primeiro, inclusive, relaciona Felipe a um momento bastante importante em sua vida pessoal, durante o processo de adoção de seus filhos:
“O Felipe nasceu no processo de adoção dos meus filhos, então tinham coisas da paternidade muito importantes acontecendo para mim naquele momento. O Felipe é pai, é ele que coloca ordem nessa bagunça, se é que tem alguma ordem. E a gente queria que o Felipe não fosse um cara que põe regras o tempo todo. A gente queria que as crianças pudessem se identificar com esse homem e elas só iriam se identificar se ele fosse um cara vulnerável, um cara que mostra que é humano e, também , reivindicando o espaço de nós, homens, na criação de nossos filhos.
Os homens não participam, na maioria das vezes, da educação dos filhos. Mas tem muitos que, sim, participam, porque o mundo está mudando. E a gente queria mostrar esse novo homem. Quem é esse novo homem que trabalha em casa? Que está do lado da sua filha e está querendo participar das fases mais importantes da vida dela e dele, porque participar da educação e da formação do ser humano é uma benção que, quando a gente tem, tem que aproveitar. As mulheres sabem fazer isso, porque as mulheres, na primeira infância puderam cuidar de uma boneca, e a gente foi afastado dessas bonecas. Como a gente vai exercitar um amor, um cuidado e um carinho se nós, homens, sempre somos afastados desse universo?
Então, acho que o Felipe deve ter brincado de boneca quando ele era criança, porque ele mostra isso no amor que ele cria a filha dele. Acho que temos muitas coisas parecidas. Eu brinquei pouco de boneca. Na minha casa, um menino que brincasse de boneca não era uma coisa bem-vista, mas eu acho que meu lado de cuidado paterno sempre foi muito presente e é isso que eu empresto para o personagem. Eu queria que o Felipe fosse um homem sensível e feminino”, completou Campos.
Para Tiago, a sensibilidade de Baldo é a característica que mais o aproxima de si mesmo, além do fato de ambos nunca deixarem a criança interior morrer:
“Em relação à personalidade do Baldo, acho que a gente tem uma semelhança grande com relação à sensibilidade dele. Ele é muito sensível e eu também sou. Ele é um pouco lesado, um pouco lerdo. Mas acho que esse lado do humor, também, de ele brincar com essa simplicidade que está dentro da criança dele. Mesmo ele sendo o pai da família, ele tem uma criança que ele não deixa morrer dentro dele. E isso é meu princípio de vida”, afirmou o Abravanel.
A amizade entre a família Nivis e os amigos terráqueos e a diversão que ela traz a ambos os núcleos familiares, acima de qualquer diferença ou preconceito, é a principal mensagem a ser passada a todos que assistirem à série, e é isso o que os atores mais esperam que o público sinta ao ver a produção.
“Acho que as crianças vão ver diversão. Elas vão se divertir, vão se divertir e vão se divertir mais um pouco. E elas só vão confirmar o que elas já sabem: que o mundo é diverso e que nós somos todos diferentes”, afirma Vinicius Campos.
“E nos dá muito orgulho de saber que um produto latino-americano foi construído e produzido com tanta qualidade, com tanta sensibilidade e acessível, não só para a criança que vai se divertir, mas para a família toda que vai poder ver a criança se divertindo, se identificar e se inspirar para criar suas crianças num mundo melhor”, completou Tiago Abravanel.
Nivis, amigos de outro mundo estreia neste sábado (20), às 18h, no canal Disney Junior.
Foto: Divulgação